quarta-feira, 22 de julho de 2015

Família

Família Divina

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Do livro “Melhores Filhos, Melhores Pais”
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Não gosto do verbo divinizar. Equivaleria em transformar ao que não é divino em divino. Já é muito conseguir humanizar a família. Da outra parte, Deus cuida! Quem não crê em Deus suprime esta parte. Quem crê a incorpora. Pensando no casal e nos seus filhos, nunca dissociados, a Igreja na qual congrego propõe à família terrena seu conceito de família divina: Deus é um ser e é três pessoas: Pai Santo, Filho Santo .e o que deles emana e vem é Espírito Santo .
Outras religiões terão suas concepções a respeito da unidade familiar. Mas, para todas há o vínculo e a unidade. Nem mereciam o nome de religião aquela que ignorasse os mistérios da vida a dois. São locomotivas interligadas. São forças conjugadas, ainda que os filhos sejam apenas crianças. Mas há poder nelas. Se homem e mulher amam serão poder aglutinador. Se não amam nem se amam serão poderes em conflito. Se aquela criança morrer ou perder o rumo por conta de pai e mãe egocêntricos, a maldição cairá sobre o casal que não as levou em conta. Serão trinta ou cinqüenta anos de “poderia ter sido, mas não foi”.
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É raro falar dessas coisas sem que um teólogo nos lembre que o que foi dito ainda não é tudo. E não é mesmo! Como falar de uma realidade tão profunda como é a paternidade eterna, a filiação eterna e a ação eterna desse amor eterno, sem cometer gafes ou equívocos? Como ousar comparar Deus a um ser humano, ou o Deus incomparável a uma família imperfeita, como é toda a família? Como falar de relações divinas, se sabemos tão pouco sobre Deus? Como querer acertar em tudo, quando não acertamos nem na análise das relações humanas? Se não entendemos o amor de marido e mulher e de pais e filhos, que permanecem um mistério, como entender o amor de Deus?
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Não obstante, as igrejas cristãs têm a ousadia de dizer que Deus é Pai, é Filho e é Espírito eterno. Deste conceito deriva a noção de pai ou de filho, proposta pelos cristãos. O mesmo dizem os judeus e muçulmanos, embora usem de outras terminologias. Mas a idéia e a de que o criador cuida e sabe o que é melhor para quem ele criou! Só divergem no conceito de Trindade, paternidade e de filiação eterna. Os cristãos dizem que o Deus único concebeu e criou tudo e continua criando o que criou. Em outras palavras , semeou, regou e continua cultivando. E aí vem o mistério. Se Deus tudo pode e não quer o mal, como explicar o mal? Mais adiante falaremos sobre este impasse.
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Vamos errar sempre que quisermos dividir de canequinha e de fita metro espiritual a ação de Deus, garantindo que isso o Pai fez, aquilo o Filho e outra coisa fez o Espírito Santo. Para nossa cabeça fica mais claro, mas não é assim com Deus. Jesus põe um fim a esse tipo de raciocínio, quando diz que Pai e Filho são um só (Jo 10,30) e que aquele que conhece um conhece o outro e que ambos enviam seu sopro santo, seu Espírito, que não é os dois, mas é um com os dois.
Isto dizem os cristãos e já demais para nossa cabeça. Não admira que muita gente busque doutrinas mais fáceis, o que não ajuda em nada na busca sincera da verdade. Explicações fáceis nem sempre são verdadeiras, embora fraseologias complicadas também escondam mentiras.
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E então? Acreditar no quê? Num Deus que nos queria aqui e nos concebeu desde sempre, mas um dia nos plantou aqui e nos criou para o tempo? Mais do que isso, criou-nos e prossegue nos gerando para a eternidade? Em resumo: somos frutos da família eterna chamada Trindade Santa, e estamos sendo educados dentro de todos os limites de uma família terrena para viver aqui no tempo, neste mundo, nesta era e nesta hora, e, depois, viver para sempre sem era, sem hora e sem limites. Mas, enquanto aqui vivermos, é aqui que se decide nosso amanhã eterno, dentro de famílias. Os pais da terra podem ajudar ou atrapalhar. Depende de como concebem e criam seus filhos.

Pe. Zezinho